sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O DIALOGO E A CONCILIÇAO

Sempre fui um observador da natureza humana, e ate certo ponto acho isso divertido, no sentido das variações que o podemos chegar.

Nenhum de nós é 100% completo, mas também não somos 100% incompletos, muitas vezes pequenos detalhes são a chave para que alcancemos determinados objetivos, cheguemos a um consenso.

No meu retorno ao Balcão de Justiça do Bairro Santa Cruz, tenho observado que as vezes parece que faltava alguém para servir de mediador para chegarmos a um objetivo.

Esta semana tivemos o caso de um casal, com dois filhos, e ambos os pais completamente loucos e apaixonados pelos filhos. Eles queriam o melhor para eles, porem estavam em uma falta de sintonia para chegarem ao seu objetivo: a melhor maneira de criá-los.

Há uns dois anos atrás, aprendi com uma sobrinha emprestada, uma singular diferença entre PAPO e CONVERSA. PAPO são duas silabas e que se dá, essencialmente entre duas pessoas. CONVERSA tem três silabas e pressupõe a existência de um dialogo entre 3 pessoas. No nosso caso, no Balcão, a terceira pessoa somos nós enquanto mediadores.

O conflito desaparece no momento em que alguém vem trazer a luz para aquela relação, uma terceira pessoa isenta distante da relação de amor e ódio ou ódio e amor existente.

No caso relatado acima não se chegou a celebrar o acordo, pois ambos estavam concordavam com o que era melhor para os filhos.

A ausência de diálogo dificulta qualquer coisa em nossas vidas e, em se tratando de uma conciliação é necessário uma CONVERSA, com um terceiro ajudando. Nem sempre é fácil, nem sempre é simples.
O homem esta desaprendendo a arte do dialogo, da exposição das idéias, do pensamento lógico, do raciocínio organizado. Temos muita imposição de idéias, de vontades, de desejos. A retórica dá lugar a força bruta.

Quando conseguimos o diálogo, fatalmente obtemos a conciliação e é justamente o que buscamos no Balcão de Justiça e Cidadania.

Dizemos que quando um não quer dois não brigam. Em outros termos quando um não quer dois não dialogam, e ai nasce o risco dos conflitos sociais, das confusões e, em casos extremos, da violência.

O diálogo enquanto o verdadeiro príncipe da conciliação, busca expor as pessoas que elas são seres dotadas de inteligência, de capacidade sem medida e que podem chegar a resultados comuns para o bem de ambos e da sociedade.

Nas relações animais, o uso da força somente se dá como busca ou manutenção de território ou pela extrema necessidade de alimentação, sobrevivência.

Nas relações humanas, o uso da força se dá como regra, não como ultima medida. A impressão que tenho é a força é a essência da nossa sobrevivência. Estamos desaprendendo a conversar, a dialogar e como conseqüência a desrespeitar o próximo, quem quer que seja ele.

O diálogo é a base de conciliação, é o principio, meio e fim das relações humanas e nós não podemos permitir perder isso.

“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.” Voltaire

ESTA É MINHA OPINIÃO!!!

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