quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O IMPERADOR ESTÁ NU!

Um bandido, se fazendo passar por um alfaiate de terras distantes, diz a um determinado rei que poderia fazer uma roupa muito bonita e cara, mas que apenas as pessoas mais inteligentes e astutas poderiam vê-la. O rei, muito vaidoso, gostou da proposta e pediu ao bandido que fizesse uma roupa dessas para ele.
O bandido recebeu vários baús cheios de riquezas, rolos de linha de ouro, seda e outros materiais raros e exóticos, exigidos por ele para a confecção das roupas.
Ele guardou todos os tesouros e ficou em seu tear, fingindo tecer fios invisíveis, que todas as pessoas alegavam ver, para não parecerem estúpidas.
Até que um dia, o rei se cansou de esperar, e ele e seus ministros quiseram ver o progresso do suposto "alfaiate".
Quando o falso tecelão mostrou a mesa de trabalho vazia, o rei exclamou: "Que lindas vestes! Você fez um trabalho magnífico!", embora não visse nada além de uma simples mesa, pois dizer que nada via seria admitir na frente de seus súditos que não tinha a capacidade necessária para ser rei.
Os nobres ao redor soltaram falsos suspiros de admiração pelo trabalho do bandido, nenhum deles querendo que achassem que era incompetente ou incapaz.
O bandido garantiu que as roupas logo estariam completas, e o rei resolveu marcar uma grande parada na cidade para que ele exibisse as vestes especiais.
A única pessoa a desmascarar a farsa foi uma criança: "O imperador está nu!".
O grito é absorvido por todos, o imperador se encolhe, suspeitando que a afirmação é verdadeira, mas mantém-se orgulhosamente e continua a procissão.
A fábula ou a parábola acima foi escrita por Hans Christian Andersen, e foi publicada originalmente em 1837, ou seja há exatos 174 anos atrás e retrata com fidelidade os riscos da soberba que o poder traz e acarreta.
A pergunta que não quer calar: O Imperador está nu?
Somente os olhos de uma criança, que é desprovida da maldade da política e com a coragem típica dos pequenos para dizer a verdade ao Imperador.
Quando nos cercamos do poder, temos a impressionante capacidade de nos tornarmos cega a realidade a nossa volta, daí onde dizemos que o poder corrompe. Não precisa ser a corrupção financeira, o próprio poder se torna uma forma de corrupção.
Alguns dizem que é de Lincoln, outros dizem que é de Maquiavel, porém a frase está tão atual que chega a impressionar: SE QUERES CONHECER UM HOMEM, DÊ PODER A ELE!
Será que estamos vivendo em um momento em que o Imperador está nú e mesmo tentado ser avisado pelas crianças que o rodeia, ele não percebe?
Será que o Imperador não conseguirá acordar em tempo?
As grandes perguntas que ficam no ar:
O IMPERADOR ESTÁ NÚ?
QUEM O AVISARÁ DA SUA NUDEZ?
SE AVISADO, CONTINUARÁ EM UMA PROCISSÃO FUNEBRE RUMO AO CADAFALSO?
SE AVISADO, INTERROMPERÁ A PROCISSAO, E COLOCARÁ O FALSO ALFAITE NO SEU DEVIDO LUGAR?

Perguntas que não querem calar.

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